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Setembro Amarelo: qual a importância da saúde mental?

Segundo a OMS, os países gastam somente 2% do orçamento para assuntos relacionados ao tema

No filme Divertida Mente, lançado pela Disney, as emoções Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Nojinho estão sempre juntos para manter a sala de controle e a vida da personagem Riley Andersen em ordem. Quando apenas uma das emoções fica responsável pelo controle, tudo vira um caos. A nossa saúde mental funciona assim, precisamos manter o equilíbrio entre os sentimentos: nenhum é ruim, precisamos sentir todos de maneira saudável.

Alguns fatores, porém, alteram a forma como sentimos e reagimos. No transtorno depressivo, conhecido como depressão, a doença é desenvolvida por meio de alterações químicas no cérebro, genética ou devido a fatores externos, como traumas. A doença causa sentimentos como tristeza profunda, perda de apetite e baixa autoestima.

Mas não só a depressão causa mudanças de comportamento. Em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu o Brasil como o país mais ansioso do mundo, com 18,6 milhões de pessoas com o transtorno. Mesmo a ansiedade sendo um sentimento útil e que nos deixa em alerta e evita acidentes, o transtorno generalizado vai além, podendo transformar-se em síndrome do pânico, uma doença caracterizada pelo medo intenso que prejudica o convívio social. Um dos transtornos, ou uma combinação deles, podem chegar a um estágio avançado, levando a pensamentos e ações suicidas.

A campanha do Setembro Amarelo, realizada desde 2015, surgiu para potencializar as ações da conscientização do Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, lembrado em 10 de setembro. Em 2020, a OMS reforçou o tema “Realocar para a saúde mental: vamos investir”, com o objetivo de incentivar os governos a criarem políticas para apoiar psicologicamente a população durante e após a pandemia do novo coronavírus.

Dados preliminares de uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde mostram que os transtornos psicológicos estão mais presentes na vida dos brasileiros durante a pandemia da covid-19. Maria Dilma Teodoro, coordenadora Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas (DAPES/SAPS/Ministério da Saúde), mostrou preocupação com os números recebidos. “Nós tivemos uma proporção significativa de ansiedade: 86,5% de quem preencheu a pesquisa. Depois tivemos 45,5% de presença de traços que podem levar a estresse pós-traumático. Com depressão tivemos uma proporção mais baixa, 16%”, expôs a coordenadora em um webinário sobre saúde mental.

O diretor-geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que a saúde mental já era um assunto de saúde pública negligenciado antes da pandemia. “Cerca de um bilhão de pessoas estão vivendo com um distúrbio de saúde mental. Três bilhões de pessoas morrem todos os anos pelo consumo prejudicial do álcool. E uma pessoa morre a cada 40 segundos por suicídio”, relata.

Para a psicóloga e supervisora de projetos no Programa Formare Ligia Almeida, cuidar da nossa saúde mental é importante para estarmos emocionalmente equilibrados para lidarmos com os desafios da vida. “Muitos estão vivenciando não só o aumento do estresse ou tristeza causado pelo impacto do isolamento social e sobrecarga de papéis causada pela pandemia, mas precisam lidar com o medo de perder o emprego, de adoecer, de perder pessoas queridas”, relata. Ligia ainda afirma que a ajuda de um profissional da saúde faz toda a diferença para nos tornamos mais fortes e saudáveis. “É comum darmos atenção às dores físicas e procurarmos ajuda, mas por que não temos a mesma preocupação e senso de urgência quando se trata de uma dor emocional e psicológica?”, questiona.

No Formare, os educadores voluntários e coordenadores elaboram aulas e atividades on-line para tornar o momento mais leve. Os profissionais são capacitados para ouvir os jovens e direcionar a um profissional da saúde, caso necessário. Além do apoio que oferecem aos que precisam, sendo um ombro amigo e aconselhando. É importante que os alunos sintam-se à vontade para procurar ajuda e falar sobre sentimentos e preocupações.Para auxiliar as pessoas que não conseguem pagar por um tratamento psicológico, e não recebem gratuitamente do governo por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), algumas universidades oferecem o apoio com acompanhamento de profissionais em formação. A Revista Galileu separou instituições de todo o Brasil que possibilitam o tratamento gratuito. Confira aqui. Se a sua cidade não está listada, uma busca na internet mostrará quais instituições próximas a você oferecem o apoio.

Saiba como identificar alguns sintomas de transtornos mentais com as listas abaixo – atenção: essa lista não exclui a necessidade de um diagnóstico profissional.

Depressão*:

  • Tristeza na maior parte do tempo;
  • Alteração de peso (perda ou ganho de peso não intencional);
  • Distúrbio de sono (insônia ou sonolência excessiva praticamente diárias);
  • Problemas psicomotores (agitação ou apatia psicomotora, quase todos os dias);
  • Fadiga ou perda de energia constante;
  • Culpa excessiva (sentimento permanente de culpa e inutilidade);
  • Dificuldade de concentração (habilidade diminuída para pensar ou concentrar-se);
  • Ideias suicidas (pensamentos recorrentes de suicídio ou morte);
  • Baixa autoestima;
  • Alteração da libido.

Transtorno de ansiedade generalizada (TAG)*:

  • Inquietação;
  • Fadiga;
  • Irritabilidade;
  • Dificuldade de concentração;
  • Tensão muscular.
  • Palpitações;
  • Falta de ar;
  • Taquicardia;
  • Aumento da pressão arterial; 
  • Sudorese excessiva;
  • Dor de cabeça; 
  • Alteração nos hábitos intestinais;
  • Náuseas;
  • Aperto no peito;
  • Dores musculares.

Síndrome do Pânico*:

  • Medo de morrer;
  • Medo de perder o controle e enlouquecer;
  • Despersonalização (impressão de desligamento do mundo exterior, como se a pessoa estivesse vivendo um sonho) e desrealização (distorção na visão de mundo e de si mesmo que impede diferenciar a realidade da fantasia);
  • Dor e/ou desconforto no peito que podem ser confundidos com os sinais do infarto;
  • Palpitações e taquicardia;
  • Sensação de falta de ar e de sufocamento;
  • Sudorese;
  • Náusea;
  • Desconforto abdominal;
  • Tontura ou vertigem;
  • Ondas de calor e calafrios;
  • Adormecimento e formigamentos;
  • Tremores, abalos e estremecimentos.

*Os sintomas foram retirados, na íntegra, do site drauziovarella.uol.com.br, do médico oncologista e cientista Drauzio Varella.

Precisa de ajuda? Entre em contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV) pelo telefone 188 ou site cvv.org.br.

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Julia Saron

Formare Instituto Robert Bosch

“Sinto orgulho em ter feito parte desta família tão incrível, pois minha vida mudou e continua mudando, graças a esta chance que tive no Formare do Instituto Robert Bosch. Assim que concluí o curso, iniciei um técnico em Administração e hoje estou atuando como Aprendiz da ETS (Escola de Engenharia Técnica) aqui mesmo na Bosch. Está sendo uma experiência inovadora e revigorante, pois conquistei mais uma oportunidade na empresa que sempre almejei. Eu e meus colegas de turma tivemos o apoio incondicional dos educadores voluntários. Eles nunca focaram na competitividade e sim na proatividade e todos nós aprendemos juntos. É por isso que de uma coisa eu tenho certeza: o Formare muda vidas”

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