Enquanto IBGE e Unicef divulgam dados alarmantes sobre o futuro dos jovens no mercado de trabalho, Programa Formare avança no país por meio de parcerias com a iniciativa privada
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) que 23% dos jovens brasileiros entre 15 e 29 anos não trabalham e também não estudam. Em outro estudo, desta vez apresentado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), há a revelação de que apenas uma de cada quatro empresas na América Latina oferecem estágios ou oportunidades de trabalho para jovens de baixa renda. Em ambos os casos, os números apresentados trazem preocupações aos jovens que pretendem ingressar no mercado de trabalho.
“São novas pesquisas que apresentam mais dados desfavoráveis aos nossos jovens. Elas mostram com clareza a falta de uma política estruturada para esse público. Sem esse tipo de iniciativa, não há como reverter esse quadro desfavorável. Os mais novos é que podem colaborar como novas ideias e atitudes, mas as oportunidades não estão chegando a eles. O que vemos por aqui e por ali são medidas paliativas e que acabam não trazendo um resultado efetivo para esse cenário calamitoso. A falta de vontade política trava o desenvolvimento e a nossa competitividade”, relata Beth Callia, coordenadora do Formare, programa de educação profissional para jovens de baixa renda da Fundação Iochpe.
Em 30 anos o Programa Formare já qualificou 22 mil jovens para o mercado de trabalho, atingindo índice médio de empregabilidade de 80% dos beneficiários. Hoje conta com cerca de 1.400 alunos em formação, 43 empresas parceiras e 68 unidades. Na fábrica de Jundiaí (SP) da Siemens, a empresa reteve 100% dos alunos do Formare da turma de 2017 e tem planos para contratar todos os jovens da turma deste ano. A Suzano, maior empresa de papel e celulose do mundo, mantém parceria com a Fundação Iochpe por meio do Programa Formare há 13 anos. Dos mais de 500 jovens que passaram por diversas unidades da empresa nesse período, 73% estão atualmente empregados, sendo 42% na própria Suzano.
“Fazemos esforços contínuos para promover a inserção de mais jovens no mercado de trabalho por meio de parcerias com a iniciativa privada. Sem esse apoio, o sonho de milhares de jovens seria interrompido e certamente muitos talentos seriam desperdiçados. Hoje contamos com 43 empresas associadas a essa causa. Esse número pode triplicar com facilidade se outras companhias se engajarem nessa luta”, sintetiza Beth Callia.