Mercado de trabalho enfrenta crise que pode provocar um aumento da desigualdade social no mundo
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicou a quinta versão do relatório sobre o mercado de trabalho durante a pandemia do novo coronavírus. Segundo a OIT, cerca de 135 milhões de empregos foram perdidos, em todo o mundo, desde janeiro. Esse número pode aumentar caso as medidas necessárias para frear a pandemia não sejam adotadas.
A pesquisa, disponível em espanhol, mostra que apenas na América Latina a taxa de desocupação, que no final de 2019 era de 8,1%, pode subir de quatro a cinco pontos percentuais. Com o aumento, os países latino-americanos podem contabilizar o número recorde de 41 milhões de desempregados.
Na quarta versão do relatório, publicada em maio, a OIT apontou que um a cada seis jovens estão desempregados atualmente. O número é reflexo de como a crise está afetando todos os níveis profissionais. Para essa estimativa, foram considerados jovens entre 14 a 24 anos, com idade apta para trabalharem como jovem aprendiz, estagiário e até mesmo em cargos iniciais como especialista júnior.
A OIT, uma das agências da Organização das Nações Unidas (ONU), afirma que se a crise econômica causada pela pandemia piorar, as desigualdades sociais aumentarão em todo o mundo. Para minimizar os danos, a organização destaca quatro pilares para serem considerados ao pensar em políticas de auxílio ao mercado de trabalho: estimular a economia e o emprego; apoiar as empresas e a renda dos trabalhadores; proteger os trabalhadores no local de trabalho; e alcançar soluções eficazes por meio do diálogo social.
No Brasil, o governo federal lançou a Renda Básica, um salário emergencial para amparar famílias de classe baixa e profissionais que não atuam em serviços essenciais e estão seguindo a medida de isolamento social, recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A iniciativa, que tomou força na internet e virou lei, oferece R$ 600 mensais para os beneficiados. O dinheiro pode auxiliar na compra de itens básicos como alimentos, ou servir para adquirir aparelhos eletrônicos, como celular e notebook, a fim de ser um meio de acesso à educação.
No Programa Formare, as empresas parceiras estão se adequando ao ensino à distância para manter o contato dos jovens com o mercado de trabalho. Em 2019, a taxa de inserção dos alunos Formare no mercado de trabalho alcançou 80%. Para continuar com o número alto, colaborando com o início de carreira dos jovens, é importante manter a rotina de estudos com aulas programadas pelos educadores voluntários. Os treinamentos on-line para educadores voluntários e coordenadores continuam disponíveis no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA).