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Ferramenta mede retorno sobre o investimento do Programa Formare

Avaliação do custo-benefício do projeto de formação profissional de jovens de baixa renda indica retorno econômico-financeiro positivo para empresas

A Fundação Iochpe e o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces) acabam de lançar uma ferramenta que mede o retorno econômico-financeiro sobre o investimento social (ROI) feito por empresas no Programa Formare, iniciativa da fundação voltada à qualificação profissional de jovens de baixa renda. A partir do lançamento de dados e do cruzamento de informações em uma simples planilha de Excel é possível calcular o custo-benefício da implementação do Formare em cada uma das unidades de negócio das companhias.

Parceira da Fundação Iochpe no Programa Formare, a fábrica da Siemens em Jundiaí (SP) calculou o retorno sobre o investimento e registrou aumento de receitas. Na planta da L’Oréal na capital paulista e na unidade de Valinhos da indústria Eaton, o Formare permitiu redução de custos graças à adoção de melhores práticas na linha de produção.
A Fundação Iochpe e o GVces investem em intensa campanha para tornar o ROI mais conhecido entre as empresas que adotam o Formare e também nas comunidades empresarial e do terceiro setor como um todo. Nas últimas duas semanas, cerca de 300 pessoas participaram de eventos sobre o assunto em São Paulo, em seminário na L’Oréal, no 10º Congresso do Grupo de Institutos e Fundações Empresariais (Gife) e um webinar.

“Importante tendência no campo do investimento social privado (ISP) é o seu alinhamento à estratégia de negócio das empresas. Muitos institutos e fundações empresariais trabalham com base nisso para dar mais legitimidade e perenidade às suas ações sociais. Companhias e líderes empresariais estão cada vez mais interessados em mensurar o retorno econômico-financeiro de seus projetos sociais. Por isso decidimos unir esforços com o GVces para criar e oferecer aos nossos parceiros uma ferramenta para medir o retorno sobre o investimento (ROI) do Programa Formare. Essa solução tem potencial de ampliar o interesse das empresas no Formare, o que resultará num maior acesso à qualificação de jovens no Brasil todo”, diz Cláudio Anjos, diretor-executivo da Fundação Iochpe.

“Conseguimos provar por meio de um estudo de viabilidade econômica [cálculo ROI] que o projeto não é apenas inovador e transformador de realidades. Ele é também estratégico, pois reduz custos de treinamentos e desenvolvimento de colaboradores, de contratação de mão de obra, retenção de talentos e apoio da comunidade à marca. Isso mostra que o novo modelo é uma tendência sustentável a ser seguida pelas empresas que querem colaborar com a transformação da realidade social”, afirma Lucilene Rocha, coordenadora de projetos sociais da Siemens Fundação Brasil.

Do ponto de vista setorial, Claudio Viggiani, presidente do Instituto Abihpec, da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, e Cesar Meireles, presidente-executivo da Associação Brasileira de operadores Logísticos (Abol), a metodologia do ROI para o Programa Formare ou outras ações sociais empresariais é um instrumento de convencimento para lideranças corporativas olharem para o campo da sustentabilidade de forma mais estrutural e estratégica, aliando o papel social das empresas ao desenvolvimento econômico do país e de seus próprios negócios.

“A importância da responsabilidade social das empresas é unanimidade, é um momento de entusiasmo de todos. Mas na realidade dos negócios tem as contas, tem a crise, e a área de sustentabilidade é uma das que mais sofrem. O ROI do Programa Formare quantifica os benefícios de uma ação social, cala a boca dos mais céticos. É uma forma adicional muito importante para ter argumentos convincentes de que responsabilidade social dá retorno ao negócio. Nosso objetivo é justamente convencer as empresas, chamar atenção do setor sobre isso”, afirma Viggiani, do Instituto Abihpec.

“Ao analisar um portfólio de projetos sociais, todo gestor vai fazer uma análise de oportunidade, priorizando aqueles que contribuem efetivamente para uma melhoria de e serviços e dos resultados da empresa. A metodologia de medir os resultados do Programa Formare é feita de um jeito muito pragmático e ainda tem a chancela da FGV e da Fundação Iochpe. Isso potencializa a aceitação dessa ação social”, complementa Meirelles, da Abol.

Para calcular o ROI e realizar a análise econômico-financeira de seus projetos sociais, as empresas podem adotar o modelo de análise financeira estática, que verifica os impactos do projeto sobre o demonstrativo de resultado do exercício (DRE), usado para comparar ganhos ou perdas em margens operacionais. Há ainda a opção pela análise financeira dinâmica, que considera fluxos passados e futuros e projeções de balanço.

“Priorizamos o modelo estático pela simplicidade de colocar a ferramenta em prática. Ao fazer o cálculo do custo-benefício é necessário estabelecer dois cenários: com ou sem a implementação do projeto. Também é necessário verificar se houve ganhos ou perdas de margens operacionais no exercício analisado em cada um dos cenários e definir em qual cenário houve maior ganho (ou menor perda)”, explica Anjos.

Outro aspecto importante no cálculo do custo-benefício do Programa Formare é avaliar os investimentos e gastos operacionais associados ao projeto (custos de infraestrutura e materiais, número de funcionários envolvidos no projeto e tempo gasto por eles na atividade voluntária) e os benefícios gerados e os respectivos custos evitados (economia com processo seletivo, capacitação e contratação de novos colaboradores, iniciativa dos alunos para melhorar processos). O que aconteceria caso o projeto não fosse adotado? O projeto gera aumento de receitas ou reduz despesas? Os custos reais e projetados são subtraídos dos benefícios apontados. O resultado é o retorno econômico-financeiro do Programa Formare.

Mais informações: http://gvces.com.br/retorno-economico-de-projetos-de-sustentabilidade?locale=pt-br

Sobre o Programa Formare

O Programa Formare é desenvolvido pela Fundação Iochpe em parceria com empresas de médio e grande porte, que oferecem cursos anuais de formação técnica a uma turma de, em média, 20 jovens de famílias de baixa renda residentes no entorno das empresas.

Os cursos são realizados dentro das companhias. As aulas são dadas por funcionários voluntários. A empresa é, então, transformada em um ambiente de aprendizagem e qualificação profissional contínua, tanto para os colaboradores como para os jovens beneficiados. Suzano Papel e Celulose, Siemens, 3M, Cummins, Hyatt, Bosh e DHL estão entre as mais de 40 empresas parceiras da Fundação Iochpe no Programa Formare, que conta atualmente com mais de 1,3 mil jovens em processo de formação e já certificou mais de 21 mil desde 1995.

Os cursos têm duração mínima de 800 horas/aula e são desenvolvidos pela equipe pedagógica da Fundação Iochpe, de acordo com as características de cada empresa e a realidade do mercado de trabalho local. No modelo social, os programas são certificados pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). No modelo aprendiz, os cursos seguem os parâmetros do Ministério do Trabalho.

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Julia Saron

Formare Instituto Robert Bosch

“Sinto orgulho em ter feito parte desta família tão incrível, pois minha vida mudou e continua mudando, graças a esta chance que tive no Formare do Instituto Robert Bosch. Assim que concluí o curso, iniciei um técnico em Administração e hoje estou atuando como Aprendiz da ETS (Escola de Engenharia Técnica) aqui mesmo na Bosch. Está sendo uma experiência inovadora e revigorante, pois conquistei mais uma oportunidade na empresa que sempre almejei. Eu e meus colegas de turma tivemos o apoio incondicional dos educadores voluntários. Eles nunca focaram na competitividade e sim na proatividade e todos nós aprendemos juntos. É por isso que de uma coisa eu tenho certeza: o Formare muda vidas”

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