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De aluno do Formare a enfermeiro da linha de frente no combate à Covid-19

Jovem participou do Programa Formare há 17 anos

Oportunidade. É assim que podemos definir o Formare na vida dos jovens que passam pelo programa. Foi por meio desta oportunidade que Tiago Farias, 33, morador da cidade de Guarulhos em São Paulo, ingressou no curso de Assistente de Gestão de Sistemas, na empresa Bardella em 2004. De lá para cá, a vida do ex-aluno se transformou completamente. Hoje, Tiago atua como enfermeiro da linha de frente no combate à Covid-19 em um hospital de campanha aqui na capital paulista. 

Nossa equipe realizou a entrevista numa semana em que a pandemia, infelizmente, ainda causa muitas perdas, mas o ex-aluno do Programa Formare é tão grato por tudo que o curso proporcionou a ele que, mesmo com o cansaço e a correria, atendeu nosso pedido e respondeu todas as perguntas. Confira!

Como o Formare entrou em sua vida?

Eu participei do processo seletivo do Formare na empresa Bardella em 2004 e convivi durante um ano com grandes profissionais. Estudar lá contribuiu totalmente para a minha formação, meus valores e aprendizados. Para se ter uma ideia, eu nem sabia o que era uma graduação, não tinha um objetivo profissional, sabe? Graças a esse período que estudei na escola Formare, tive a oportunidade de conhecer vários profissionais, de diversas áreas e cada um mostrava um pouco sobre o mundo do trabalho. 

Quais as aulas que você mais se identificava?

Com certeza, eram as aulas ministradas por médicos e enfermeiros da empresa. Ali eu já enxergava algo especial e aquilo começou a despertar sentimentos que, na época, eu não entendia bem. Também tive aulas com engenheiros, administradores, vendedores, psicólogos e até mesmo com o presidente da empresa. Olha quantas oportunidades eu e meus colegas tivemos. Foi a partir disso que expandi totalmente meus conhecimentos. 

Conte para nós o que aconteceu contigo após finalizar o curso. Quais mudanças tiveram?

Muitas mudanças e novas oportunidades. Mais precisamente, 15 dias após me formar, recebi o convite para ser efetivado na empresa, no departamento de Compras, e fiquei lá por quase 5 anos, sendo que nesse período, tive várias promoções.

E sua paixão pela área da saúde começou a partir de que momento?

Na verdade, durante as aulas no Formare esses assuntos já me atraíam. Mesmo trabalhando na área administrativa da empresa, comecei a fazer um curso de auxiliar de enfermagem e após uma professora me indicar em um hospital, resolvi mudar o rumo da minha carreira e seguir minha grande paixão: a enfermagem. Logo após o curso, fiz um técnico, a graduação e uma pós-graduação, ou seja, não parei e segui meus sonhos profissionais. 

Hoje você atua na linha de frente do combate à Covid-19, uma pandemia. Como tem sido enfrentar esse desafio?

Já são 12 anos atuando na área da saúde e posso garantir que nunca vi nada parecido. A doença chegou ao Brasil em março do ano passado e não conhecíamos o seu potencial. Fomos aprendendo e ainda estamos conhecendo mais sobre o vírus até hoje. É um desafio e uma luta diária. Nós, enfermeiros, não cuidamos apenas do paciente, mas também das famílias que chegam nos hospitais completamente desesperadas. Preciso ser assertivo e humano o tempo todo, pois trabalho com pessoas e precisamos cuidar delas.

Você atua em um hospital apenas com pacientes de Covid-19? Como tem sido seus últimos dias, já que estamos passando pelo mês mais letal da doença?

Sim, trabalho em um hospital de campanha do SUS focado 100% em pacientes acometidos pela doença. Atendemos diariamente a população mais humilde do nosso estado e, particularmente, prefiro trabalhar com esse público. Já tive proposta para trabalhar em hospitais de primeira linha, com os melhores recursos tecnológicos, mas não aceitei. Quero cuidar dessa população porque acredito no SUS. É um trabalho muito árduo, mas sou apaixonado pela profissão e isso me conforta a seguir em frente e fazer o meu melhor. Já tive pacientes que passaram o aniversário aqui internados e nós, enfermeiros, tivemos que comemorar a data com eles, afinal estão distantes da família. 

Você acredita que a educação pode ajudar no combate à pandemia?

Com certeza. A educação pode interferir para que possamos reduzir os casos da doença. É por meio da educação que as pessoas vão entender que é necessário o distanciamento social neste momento, que a máscara só funciona se utilizada corretamente, que devem higienizar as mãos com água e sabão ou, na ausência, com álcool em gel. É por meio da educação que as pessoas vão entender que não devem furar a fila da vacinação, que devem dar espaço quando há uma ambulância no trânsito etc. A educação é essencial para superarmos este momento.

O que mudou no Tiago, aluno do Formare, para o Tiago, enfermeiro da linha de frente?

O Tiago quando era aluno representava exatamente o logotipo do Formare, mas era uma “pedra bruta” sem lapidar. Graças aos educadores e suas aulas, fui lapidado com muito conhecimento, oportunidade e hoje sou um profissional humanizado. Foi o Formare que me incentivou, despertou meus melhores sonhos e objetivos e me fez amadurecer. Hoje sou um Tiago pró-ativo, comunicativo, mais seguro e engajado no que faz, além de orgulhoso pela minha profissão. 

O que o Tiago enfermeiro de hoje falaria ao Tiago aluno do Formare lá em 2004?

Eu sentaria com ele e diria para ficar calmo, sem ansiedade, pois as coisas vão ficar bem e novas oportunidades vão aparecer no tempo certo, basta ter fé e estudar. 

Quais recordações você tem dos educadores voluntários?

O Formare é lindo porque é tudo feito voluntariamente. Eu até me emociono ao lembrar disso, pois os profissionais dedicavam uma hora do seu dia, que já era corrido, para nos ensinar. Posso até não lembrar o nome de todos os educadores que tive na época do curso, mas o rosto deles me recordo e a gratidão será eterna.

E, para encerrar, qual é o conselho que você daria aos alunos do Formare atualmente?

Aproveitem a oportunidade que vocês estão tendo. Dediquem-se ao máximo e depois devolva tudo isso para a sociedade. O Formare nos faz melhores, mais humanos e amplia nossos horizontes. Eu tive acesso a tanta coisa errada, um mundo paralelo mesmo, mas graças a tudo que aprendi no Formare, optei por seguir um caminho do bem e hoje exerço uma das profissões mais importantes para fazer nosso país sair dessa pandemia. Se eu sou um enfermeiro, cuido de vidas, certamente devo muito à escola Formare. Obrigado por tudo e cuidem-se!

Tiago, nossa equipe agradece a sua entrevista tão inspiradora. Parabéns a você e a todos os profissionais da saúde que estão nessa batalha há mais de um ano. Vocês merecem o nosso reconhecimento!

Entrevista concedida ao jornalista Hércules Moreira | MTB: 57.625

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Julia Saron

Formare Instituto Robert Bosch

“Sinto orgulho em ter feito parte desta família tão incrível, pois minha vida mudou e continua mudando, graças a esta chance que tive no Formare do Instituto Robert Bosch. Assim que concluí o curso, iniciei um técnico em Administração e hoje estou atuando como Aprendiz da ETS (Escola de Engenharia Técnica) aqui mesmo na Bosch. Está sendo uma experiência inovadora e revigorante, pois conquistei mais uma oportunidade na empresa que sempre almejei. Eu e meus colegas de turma tivemos o apoio incondicional dos educadores voluntários. Eles nunca focaram na competitividade e sim na proatividade e todos nós aprendemos juntos. É por isso que de uma coisa eu tenho certeza: o Formare muda vidas”

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